Enfim,
mestra. Sim, acabei meu mestrado. Depois de dois anos e meio nessa jornada nova
que foi mergulhar na geografia, o título de mestra. Já estou na mesma lista que
o mestre dos magos e o mestre Yoda.
E eu lembro que assim que a minha
orientadora disse “Aprovada”, a primeira coisa que eu disse foi: “E agora?”.
Porque é um ciclo que acaba e outro que começa. Ou recomeça, porque agora é procurar
emprego, recomeçar a busca pela carreira acadêmica no doutorado. Então... E
agora? É difícil recomeçar. Onde começa? Qual o ponto de partida?
É
difícil começar. Recomeçar. O primeiro dia em um emprego novo. O primeiro dia
na escola! Começar a amar alguém sem ter medo por conta de relacionamentos
passados. É difícil. Por mais que cada dia seja sempre um reinício, recomeçar
exige um tanto de atenção da mente e do coração.
Às
vezes nos vemos diante de um campo tão grande que a gente fica com borboletas
no estômago, nervoso com tantas possibilidades. Mas é um tanto quanto complicado
saber: por onde eu começo? Essa é a pergunta que estou me fazendo todos os dias.
E é óbvio que para começar é necessário partir para a ação, mas como faz isso?
Às vezes planejamos na cabeça, colocamos no papel, mas é difícil jogar os dados
e finalmente mover a primeira peça.
Nas
tentativas de me inspirar e buscar orientação para essa nova fase, fui ler
artigos no Medium e em alguns blogs sobre autodisciplina, sobre foco. E devo dizer
que só fiquei ainda mais aflita. Os títulos só me assustavam com coisas do tipo
“O sucesso dos CEOs e sua relação em acordar de madrugada” ou “Como ser bem
sucedido meditando 8 horas por dia” ou “Como eu consegui viver bem acordando às
6h da manhã, cuidando da minha empresa, viajando o mundo, me alimentando de
vegetais orgânicos e ganhando o Nobel da literatura, vendendo best-sellers e
dormindo às 22h. TUDO NO MESMO DIA!”. Não, não consigo acordar antes das 7h,
preciso tomar café preto todas as manhãs e não, não vou correr 5km todos os
dias. Coldplay no seu último álbum decente disse: “Nobody said it was easy. No
one ever said it would be this hard. Oh take me back to the start”. Tá, meu
filho, mas o começo também não é tão fácil assim né?
Estar
livre para buscar o que quiser é bom, mas também tem seus pesos, pois é difícil
ter essa autodisciplina; tentar achar o fio da meada de onde seria bom enviar
meu currículo para tentar dar aulas esse semestre ou que universidade tem um
bom programa para o meu doutorado ou se é interessante eu investir na carreira
de barista ou como fazer com que eu tenha vergonha na cara e escreva mais nesse
blog e escreva mais sobre cafés e coisas que as pessoas já me disseram que eu
deveria escrever porque sou boa nisso. Eu sei que é bom atirar pra todo canto,
mas deve ser bom investir em um foco para ter mais certeza de acertar o alvo
né? E ao mesmo tempo saber que eu tenho uma saúde mental para prezar e que eu
não devo ficar enfurnada em casa louca nessa jornada de recomeço e tentar
relaxar, ir aos poucos. Como disse o boy quando eu comentei que hoje, finalmente,
consegui acordar antes das 9h: “One step at a time”. E até nisso está sendo um
recomeço: me permitir curtir alguém. Nos últimos anos me frustrei tanto que decidi
não sentir mais nada. Até que apareceu um cara legal e eu me vi no dilema: permanecer
fechada ou me aventurar?
Porém,
a vida é feita de começos e recomeços, né? Todo dia termina e começa. Recomeça.
E a gente não pode ter medo de partir pra ação, porque a vida é assim mesmo. É
como aquele jogo, Jenga. A gente vai construindo, construindo, até que em algum
momento, cai. E o que a gente faz? Recomeça.
Se
não der certo, é só recomeçar. E se der certo, pode recomeçar também. Nós temos
esse direito.
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