quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Reset. Go!


Enfim, mestra. Sim, acabei meu mestrado. Depois de dois anos e meio nessa jornada nova que foi mergulhar na geografia, o título de mestra. Já estou na mesma lista que o mestre dos magos e o mestre Yoda.


E eu lembro que assim que a minha orientadora disse “Aprovada”, a primeira coisa que eu disse foi: “E agora?”. Porque é um ciclo que acaba e outro que começa. Ou recomeça, porque agora é procurar emprego, recomeçar a busca pela carreira acadêmica no doutorado. Então... E agora? É difícil recomeçar. Onde começa? Qual o ponto de partida?


É difícil começar. Recomeçar. O primeiro dia em um emprego novo. O primeiro dia na escola! Começar a amar alguém sem ter medo por conta de relacionamentos passados. É difícil. Por mais que cada dia seja sempre um reinício, recomeçar exige um tanto de atenção da mente e do coração.

Às vezes nos vemos diante de um campo tão grande que a gente fica com borboletas no estômago, nervoso com tantas possibilidades. Mas é um tanto quanto complicado saber: por onde eu começo? Essa é a pergunta que estou me fazendo todos os dias. E é óbvio que para começar é necessário partir para a ação, mas como faz isso? Às vezes planejamos na cabeça, colocamos no papel, mas é difícil jogar os dados e finalmente mover a primeira peça.


Nas tentativas de me inspirar e buscar orientação para essa nova fase, fui ler artigos no Medium e em alguns blogs sobre autodisciplina, sobre foco. E devo dizer que só fiquei ainda mais aflita. Os títulos só me assustavam com coisas do tipo “O sucesso dos CEOs e sua relação em acordar de madrugada” ou “Como ser bem sucedido meditando 8 horas por dia” ou “Como eu consegui viver bem acordando às 6h da manhã, cuidando da minha empresa, viajando o mundo, me alimentando de vegetais orgânicos e ganhando o Nobel da literatura, vendendo best-sellers e dormindo às 22h. TUDO NO MESMO DIA!”. Não, não consigo acordar antes das 7h, preciso tomar café preto todas as manhãs e não, não vou correr 5km todos os dias. Coldplay no seu último álbum decente disse: “Nobody said it was easy. No one ever said it would be this hard. Oh take me back to the start”. Tá, meu filho, mas o começo também não é tão fácil assim né?


Estar livre para buscar o que quiser é bom, mas também tem seus pesos, pois é difícil ter essa autodisciplina; tentar achar o fio da meada de onde seria bom enviar meu currículo para tentar dar aulas esse semestre ou que universidade tem um bom programa para o meu doutorado ou se é interessante eu investir na carreira de barista ou como fazer com que eu tenha vergonha na cara e escreva mais nesse blog e escreva mais sobre cafés e coisas que as pessoas já me disseram que eu deveria escrever porque sou boa nisso. Eu sei que é bom atirar pra todo canto, mas deve ser bom investir em um foco para ter mais certeza de acertar o alvo né? E ao mesmo tempo saber que eu tenho uma saúde mental para prezar e que eu não devo ficar enfurnada em casa louca nessa jornada de recomeço e tentar relaxar, ir aos poucos. Como disse o boy quando eu comentei que hoje, finalmente, consegui acordar antes das 9h: “One step at a time”. E até nisso está sendo um recomeço: me permitir curtir alguém. Nos últimos anos me frustrei tanto que decidi não sentir mais nada. Até que apareceu um cara legal e eu me vi no dilema: permanecer fechada ou me aventurar?


Porém, a vida é feita de começos e recomeços, né? Todo dia termina e começa. Recomeça. E a gente não pode ter medo de partir pra ação, porque a vida é assim mesmo. É como aquele jogo, Jenga. A gente vai construindo, construindo, até que em algum momento, cai. E o que a gente faz? Recomeça.



Se não der certo, é só recomeçar. E se der certo, pode recomeçar também. Nós temos esse direito.

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