terça-feira, 7 de maio de 2019

Fugindo das redes sociais


Não faz muito tempo que a professora da minha irmã me enviou um livro chamado ’10 argumentos para você deletar agora suas redes sociais’. Há uns anos atrás, depois de um relacionamento abusivo, saí do Facebook porque não estava mais me fazendo bem. Além das discussões inúteis que surgiam. Ano passado, decidi sair de todas as redes sociais pois estavam sendo gatilho para crises de ansiedade, mas no fim do ano, me sentindo melhor, voltei.



Estou terminando o mestrado e a gente sabe que nas redes sociais vão surgindo muitas oportunidades que podem ser incríveis para a carreira. Já recebi dicas de um professor que fiz amizade em um evento no Rio de Janeiro, fiz amizades maravilhosas com os fãs do Foro de Teresina... Mas devo admitir que as redes sociais voltaram a ser gatilho para ansiedade e angústia.



Para começar, o Biroliro é o novo presidente do Brasil e em quatro meses de governo, retrocedemos 40 anos. É claramente impossível ficar animado com as notícias sobre o país. Além disso, as pessoas parecem ter optado pela ignorância e estamos sendo engolfados por notícias falsas e ataques desnecessários como os da esquerda à Tabata Amaral.


E outras coisas permanecem sendo horríveis para a autoestima como a vida perfeita do Instagram. Ou aquele seu crush que só vai ser crush mesmo e você fica ‘poxa que merda’ e sua autoestima começa a cair feito as plantas da sua varanda que foram esquecidas diante de tanta correria com as atividades finais do mestrado. Ou as amizades que você esperava estar te ajudando não aparecem mais para mandar um oi.


E apesar de você querer muito sair disso, você sabe que mexer no smartphone é tipo uma droga, por mais que você diga “NÃO!”

Daí que esses dias lembrei como era a vida sem tanta distração numa tela. Não, eu não sou o Bauman dizendo ‘na minha época que era bom, todo mundo era feliz, tudo era mato’. Mas sinto falta do sair mais com as pessoas e ir tomar um sorvete. Ir no McDonalds num domingo à tarde para falar da semana. Passar horas e horas entretida lendo Harry Potter e só parar porque sua mãe chamou pra jantar. Eu sei que a vida muda, a vida adulta tem um monte de responsabilidades e a banda não toca mais da mesma forma. Mas você também não se sente assim?

Quando a pessoa chega em casa pensa: “Vou ver aqui rapidinho o Instagram” e o que era 10 minutos virou 1 hora! Assistir um filme sem ficar segurando o celular do lado. Já são vários os artigos falando que os smartphones estão atrapalhando nossa atenção, nossa produtividade e até nosso descanso.
Eu não sou contra as redes sociais. Adoro como posso me comunicar com meus melhores amigos que moram em cidades, países diferentes. Um dos meus melhores amigos é finlandês e somos amigos de internet há 10 anos. Mas eu também quero amizades ao vivo e a cores. Você não acha estranho fazer amizade ou iniciar relacionamento por um aplicativo? Tá, tá, eita a Bruna é toda old school, já já vai jogar lencinho no chão pra ver se um cavalheiro vai pegar e dar de volta pra ela. Mas o mundo também está tão louco e eu juro, morro de medo dos macho que aparecem nesses aplicativos. Se na vida real já está difícil, imagina escondido por trás da tela de um celular? Além de me sentir num cardápio em que as pessoas vão passando e pensando “comeria... não comeria não... comeria...”


“E nesse desespero em que me vejo... já cheguei a tal ponto” de perguntar no instagram o que eu deveria fazer para ocupar a mente diante de tanta coisa ruim acontecendo e evitar as redes sociais para evitar também gatilhos de ansiedade. Eis a lista:

  • Yoga – fiz hoje e olha... realmente vale a pena
  • Escrever – em andamento
  • Ler – esse ano já li 13 livros! Estou feliz, mas acho que as últimas semanas foram corridas e não pude manter o ritmo
  • Ter um gatinho – meu sonho, mas preciso estudar mais a possibilidade
  • Cozinhar – realmente preciso, até para me alimentar melhor
  • Abrir um café – literalmente mais 500 (mil reais), apesar de ter um curso de barista para fazer
  • Bordar – preciso ter uma pequena aula com mamãe para relembrar como fazer ponto cruz
  • Fazer crochê – já tentei, não rola
  • Fazer teatro – amo e sinto saudades, mas tempo também é algo meio louco para mim ultimamente
  • Nadar – queria, mas meu prédio não tem piscina e tenho medo das praias em Recife
  • Jogar videogame – tenho que tentar
  • Surfar – moro em Recife
  • Dançar – realmente sinto saudades de dançar sozinha no quarto
  • DIY – tenho uma lista no Pinterest de projetos
  • Jardinagem – apesar de ter abandonado minhas plantas nas últimas semanas, voltarei a cuidar
  • Tipografia – eu tremo, não sei se isso tem futuro
  • Cruzadinha – realmente nunca pensei nisso como hobby e é ótimo para trabalhar memória (a minha é péssima)
  • Conhecer gente nova – difícil, pois não ando saindo tanto. ME CHAMEM PRA SAIR!
  • Ver novas séries – acho que me cansei um pouco de série, mas voltei a ver filmes


Assim, eu decidi que vou tentar um item da lista por dia. Depois de trabalhar/estudar, tento uma. Em dois anos de mestrado (no qual um deles foi em depressão), finalmente estou me vendo melhor a ponto de me sentir bem saindo de casa. Então também tive a ideia de VISITAR PONTOS TURÍSTICOS (museus e afins) e EXPERIMENTAR OS CAFÉS DA CIDADE. Então acho que conhecer gente nova entra nesses dois.


Escrever já estava voltando a ser uma necessidade real para a alma, preciso colocar essas agonias e angústias para fora em palavras. Vai que seja também a sua e a gente se ajuda junto, não é mesmo? Então prometo que voltarei a escrever com mais frequência sobre essas aventuras, recomendar os filmes, as séries, as receitas, os jogos e mais outras coisinhas que podem ajudar nesse mundo cão que se concentra nessa telinha.


Hoje é terça, 7 de maio de 2019. Fica na agenda que a partir de hoje sempre terá newsletter e/ou texto no blog pra vocês mangarem (aka tirar onda) da minha cara ou mesmo me chamar pra tomar 300ml de café.

P.S. Esse texto é dedicado a Gabi que me recomendou como hobby escrever. 

Um comentário:

  1. Adorei e texto e depois que me mudei também tenho me sentido tão o saudosa aos tempos de adolescência onde a gente saia mais com os amigos ao invés de ficar trocando mensagens em grupos no whatsapp, da coisa boa que é ser apenas filha, morar com nossa mãe, estar mais perto de família e amigos!
    Também tenho procurado novos hobbies pra ocupar a mente e estou fazendo um pouco de tudo que você comentou (hahahah) até fiquei de olho nas dicas que você recebeu!
    Pois bem, desbrave Recife, faça novos amigos e continua a escrever!
    Beijo grande :)

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