Hoje
eu não fui pra universidade. Eu teria apenas uma aula, cujo assunto é até
interessante se não fosse o professor absolutamente chato que ministra quase
duas horas semanais da minha vida que eu sinto escorrerem pelo ralo feito a
água suja dos pratos que lavei depois do almoço. A pior coisa é observar que eu
não sinto animação em mais de 50% da carga horária do meu curso. Decidi estudar
Direito desde os 9 anos de idade e esperava, planejava uma vida acadêmica
genial. Artigos, viagens de intercâmbio, aprovação num concurso antes de me
graduar. A questão é que depois de um ano e meio, eu quebrei a cara. Estudava pra caralho e via que não dava no ponto que eu tinha planejado. Passei num
estágio remunerado não sei como eu consegui essa proeza e adoro trabalhar em
um órgão do governo (mentira, eu gosto mesmo é do dinheiro). E daí é que eu
recomendo o filme ‘Eu não faço a menor ideia do que eu to fazendo com a minha
vida’. Na verdade, eu não recomendo. Porque se você se sente tão perdido feito
eu, como uma barata tonta no meio de um shopping Center na véspera de natal, o
filme não vai responder perguntas que você possa ter diante dessa vida cheia de interrogações como: o que vou fazer ao acabar a faculdade? No que eu sou bom a
ponto de me dedicar absolutamente? Por que eu não encontro uma árvore que dá
dinheiro e eu poderia viajar o mundo e fazer um blog sobre as comidas de cada
país que eu visitasse? Até quando vou depender dos meus pais? Será que eu vou
arranjar um emprego? Eu não sou bom em nada, o que porra eu vou fazer da minha
vida? Pois é. Se você se pergunta TODOS OS DIAS uma dessas perguntas, eu te
entendo e o filme não vai te ajudar. Mas tem a Clarice Falcão (sim, aquela da
propaganda mais genial do mundo – a do Pão de Açúcar do o que faz você feliz
txurururu é linda) e o filme é bem levinho e bem gostoso de assistir. Tem umas
piadinhas legais e eu já mencionei que tem a Clarice Falcão? Não? É. Tem a
minha cara metade se eu fosse gay. Ou não, eu caso com ela e o Gregório Duviver
(que também está no filme) se eles forem poligâmicos. Mas voltando ao filme, eu
recomendo porque você sente que não é o único do mundo que não faz ideia do que
está fazendo, pra onde está indo, em como vai acabar tudo isso. Ou começar.
Não
sei como acabar esse texto. Assim como o filme não me ajudou muito com minhas
crises existenciais dos 20 e poucos anos de idade, a não ser confirmar que eu
também não faço a menor ideia do que eu to fazendo com a minha vida.
Como a
Lorde diz: “It feels so scary getting old”.
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